quinta-feira, 16 de maio de 2013

Funções do estômago e a motilidade gástrica


   O estômago apresenta quatro funções:
1)      Armazenamento: abriga o alimento após a passagem pelo esôfago. Ocorre no fundo e corpo do estômago.
2)      Mistura: miscigena as secreções estomacais com o alimento. Ocorre no corpo do estômago.
3)      Trituração: quebra o alimento em partes menores de consistência pastosa. Ocorre porção antral do estômago.
4)      Propulsão: através da peristalse, transfere o quimo para o duodeno. Ocorre no corpo do estômago.

·         Como ocorre o armazenamento?
  Abrigar o alimento depende do relaxamento receptivo. Quando o esfíncter esofágico inferior relaxa, permite a passagem do alimento do esôfago para o estômago. Ao mesmo tempo, o fundo do estômago relaxa, recebendo o alimento.
·         Como ocorre a mistura?
  Para misturar as secreções gástricas (como o ácido clorídrico - HCl), com o alimento é preciso movimentos peristálticos.  Assim, ondas peristálticas ocorrem no sentido do corpo para o antro, fazendo com que o alimento seja misturado. Durante esse processo, há formação do quimo.
·         Como ocorre a trituração? E a propulsão?
  Os movimentos peristálticos de mistura (do corpo para o antro) promovem o relaxamento do piloro. Dessa forma, pequenas quantidades do quimo são transferidas para o duodeno. Para impedir que todo o conteúdo do quimo seja transferido, o piloro contrai rapidamente. Essa contração rápida do piloro induz uma onda peristáltica no sentido do antro para o corpo, chamado de sístole antral. O processo de sístole antral promove a trituração do alimento




terça-feira, 14 de maio de 2013

Resolução do Mini-questionário 1



1.    A saliva é composta por proteínas de ação enzimática, como lipase lingual e amilase salivar, e sais minerais.
2.    Ao ser produzida nos ácinos, a saliva apresenta mesma composição de íons que o plasma sanguíneo. Ao passar pelos ductos, a saliva muda de composição. Ocorre uma troca, onde os ductos absorvem sódio e cloreto, secretando potássio e bicarbonato, respectivamente. Assim, a saliva torna-se hipotônica em relação ao plasma.
3.  A saliva é capaz de eliminar mecanicamente microrganismos e detritos alimentares, além de sua função bactericida através de enzimas, como lisozima e lactoferrina. A lisozima é capaz de destruir a membrana de bactérias enquanto a lactoferrina inibe a proliferação bactéria por deprivação de ferro. A saliva apresenta também um anticorpo, a imunoglobulina A, atuante contra vírus e bactérias.
4.   As camadas do trato gastrointestinal são: mucosa, submucosa, tecido muscular, plexos nervosos e serosa. A camada mucosa divide-se em epitélio, lâmina própria (tecido conjuntivo vascularizado) e muscular da mucosa (camada fina de músculo liso). A submucosa é um tecido conectivo, onde está localizado o plexo submucoso, e cuja função é de sustentar a mucosa. Já o tecido muscular apresenta duas estruturas: músculo circular (sua contração promove o encurtamento do lúmen) e músculo longitudinal (sua contração permite o encurtamento do tubo). Entre as camadas de tecido muscular, encontra-se o plexo mioentérico. Por fim, a camada serosa: uma camada de tecido conjuntivo localizada mais externamente.

Fases da deglutição

Por definição, a deglutição é a passagem do bolo alimentar da boca para o esôfago até alcançar o estômago. Para melhor entendimento, divide-se o processo em três fases: oral, faríngea e esofágica.

  •           Fase oral: é uma fase voluntária, onde o bolo alimentar é pressionado com a língua contra o palato duro e, depois, contra o palato mole. Esse processo é estimulado pelo Sistema Nervoso Central.
  •        Fase faríngea: é uma fase reflexa, estimulada pelo Sistema Nervoso Entérico. Inicialmente, ocorre uma elevação do palato mole em direção a nasofaringe. As cordas vocais permanecem unidas, elevando a epiglote, permitindo a oclusão da abertura da faringe. Além disso, a respiração é inibida e o bolo alimentar é propelido ao longo da faringe por movimentos peristálticos. O esfíncter esofágico inferior, que conecta o esôfago ao estômago, relaxa permitindo a entrada do bolo alimentar no esôfago.
  •             Fase esofágica: Após a contração do esfíncter esofágico superior, inicia-se a fase esofágica. Depois, uma onda peristáltica primária ocorre, permitindo o relaxamento do esfíncter esofágico inferior. Concomitante ao relaxamento do esfíncter, o fundo do estômago relaxa, promovendo a acomodação do alimente. Isso é chamado de relaxamento receptivo. Caso essa onda primária não esvazie completamente o esôfago, uma onda secundária acontece, desta vez, controlada pelo Sistema Nervoso Entérico. A onda primária é regulada pelo centro da degulição e por reflexos intraneurais.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Mini-questionário 1



1.      Quais são os constituintes da saliva?
2.   Explique por que a composição eletrolítica da saliva é muito diferente da composição eletrolítica do plasma sanguíneo.
3.      Que papéis a saliva desempenha na manutenção da higiene oral?
4.      Descreva as camadas da parede do trato gastrointestinal.

Mastigação: um reflexo ou ação voluntária?


 O ato de “mastigar” promove a redução do alimento em pequenas partículas que são solubilizadas e lubrificadas pelo muco. Esse processo auxilia na deglutição, assim como a lubrificação do alimento. Mas, afinal, a mastigação é um reflexo ou ação voluntária?
 Na verdade, a mastigação pode ser os dois. Quando o alimento entra em contato com a cavidade oral, quimioceptores e mecanoceptores são estimulados, desencadeando um processo de reflexo mastigatório. O reflexo mastigatório ocorre da seguinte forma: a presença do alimento promove a inibição do músculo mastigatório e, consequente, queda da mandíbula  depois, há uma contração de rebote, através do reflexo de estiramento do músculo da mandíbula. Entretanto, uma ação voluntária pode se sobrepor a esse reflexo. Além disso, a presença do alimento também estimula as secreções salivares, gástricas e pancreáticas.

Como é a parede do trato gastrointestinal?


O sistema gastrointestinal é composto pelas estruturas: mucosa, submucosa, tecido muscular, plexos nervosos e serosa. A seguir, serão descritas cada estrutura:
1.      Mucosa:
Da luz até a parte mais externa:
·         Epitélio: composto por células caliciformes (secreção de mucina), células absortivas superficiais (absorção de água, íons e produtos da hidrólise de macronutrientes presentes no cólon e intestino delgado), células das criptas (secretoras de eletrólitos e água, localizadas no cólon e intestino delgado), células endócrinas (secreção de hormônios e parácrinos), células do sistema imunológico e células neurais.
·         Lâmina própria: tecido conjuntivo que promove sustentação ao epitélio, altamente vascularizado com capilares sanguíneos e um capilar linfático central. A vascularização permite a absorção das substâncias captadas pelo epitélio e, no caso do capilar linfático, absorção dos produtos da hidrólise lipídica.
·         Muscular da mucosa (chamado também de Muscularis mucosae): camada fina de fibras musculares que, ao se contraírem, permitem as dobras na mucosa e submucosa.

2.      Submucosa: camada de tecido conjuntivo frouxo que sustenta a mucosa.

3.      Tecido muscular (Muscular Externa):
·         Músculo circular: ao se contrair, diminui a luz do trato gastrointestinal, facilitando a mistura do conteúdo presente no lúmen com as secreções do trato.
·         Músculo longitudinal: sua contração promove o encurtamento do “tubo”. Simultaneamente com a contração do músculo circular, promove a mistura, circulação e propulsão do conteúdo presente na luz do trato.

4.      Plexos nervosos:
·         Plexo submucoso ou de Meissner: presente na camada submucosa, próximo ao músculo circular.
·         Plexo mioentérico ou de Auerbach: presente entre o músculo circular e o músculo longitudinal.

5.      Serosa: formada por tecido conjuntivo, sendo a camada mais externa do trato gastrointestinal.

Esquematicamente:

domingo, 12 de maio de 2013

Composição salivar e suas funções


A saliva é composta por muco, enzimas e íons, basicamente. O muco atua em diversas funções, como: gustação, limpeza e ação tamponante. É o muco que solubiliza os alimentos, o que estimula as papilas gustativas e, assim, podemos sentir os gostos dos diversos alimentos. Além disso, o muco é também responsável por remover os restos de alimentos que se alojam entre os dentes e, devido ao pH básico,  protege a mucosa contra alimentos ácidos e os dentes contra os restos ácidos do metabolismo bacteriano (fermentação).
Na saliva existem outras enzimas além da alfa-amilase salivar e a lipase lingual. Essas enzimas são: lisozimas e lactoferrina, responsáveis por proteger o corpo do ataque de microrganismos. As lisozimas permitem a lise da membrana de bactérias, enquanto a lactoferrina é um quelante de ferro, cuja função é impedir a proliferação de bactérias dependentes do íon. Outro mecanismo de defesa contra os agentes infecciosos é a Imunoglobulina A, anticorpo ativo contra bactérias e vírus.



Afinal, qual é a composição da secreção salivar?


Como dito no post anterior, os ácinos produzem a saliva com a mesma composição eletrolítica do plasma sanguíneo. Entretanto, durante a passagem pelos ductos, ocorre uma troca de íons, fazendo com que a saliva seja hipotônica em relação ao plasma.
Os ductos:
É preciso lembrar que o caráter mais “básico” advém da presença do bicarbonato, molécula de tamponamento (controladora do pH).
Além da composição eletrolítica, a saliva apresenta uma composição proteica (enzimas). As enzimas presentes são mucina, amilase salivar e lipase. A mucina é responsável pela produção de muco, cuja função é proteção e lubrificação da mucosa. Já a amilase salivar e a lipase, realiza a digestão inicial do amido e gorduras, respectivamente. A secreção proteica pode ser:
A título de curiosidade, as glândulas parótida e submandibular apresentam secreção serosa ao passo que as glândulas sublingual e submandibular possuem secreção mucosa.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Onde a saliva é produzida?


A saliva é produzida pelas glândulas salivares que se dividem em: sublingual, submandibular e parótida. Estas glândulas salivares diferenciam-se, além da localização anatômica, através da presença de ácinos e ductos. Os ácinos são células epiteliais glandulares que produzem a saliva com a mesma composição eletrolítica (íons) do plasma sanguíneo. Entretanto, durante a passagem pelos ductos, a saliva sofre alterações que serão discutidas em outro post. Uma glândula salivar pode possuir mais ductos do que outra, sendo denominadas tuboacinosas na existência de mais ductos e acinosas quando a quantidade de ductos for pequena.
 Classificação das glândulas salivares:
É preciso lembrar que cada glândula salivar possui uma capacidade de produção distinta. Assim, cada glândula salivar contribui com uma porcentagem da produção, sendo a glândula submandibular a maior produtora de saliva.
Curiosidade: por dia, são secretados de 1 a 1,5 litros de saliva, ou seja, a taxa secretória é de 1ml/min. Além disso, as glândulas salivares possuem um elevado fluxo sanguíneo, cerca de 10 vezes maior do que o aporte para o músculo esquelético. Devido a isso, as glândulas salivares apresentam alta taxa metabólica.
Fonte: Fisiologia, Margarida Aires



quarta-feira, 17 de abril de 2013

Mito ou Verdade: onde a água é absorvida no trato gastrointestinal?


Ao adentrar no universo da faculdade, os estudantes carregam uma bagagem de conhecimentos do Ensino Médio forte e bem construída com tempo. Na universidade, essas informações são moldadas, aprofundadas ou, às vezes, contraditórias. Durante o ensino da fisiologia do sistema gastrintestinal, o maior desafio é romper com o conhecimento adquirido no colégio e trocá-lo pelas novas informações estudadas ao longo do bloco. A série “Mito ou Verdade” tem como objetivo principal expor o aprendizado da escola e considerá-lo válido ou não, dissertando sobre o assunto com base da fisiologia.
“No intestino grosso a maior parte da água é absorvida”. Mito ou Verdade?
MITO: O erro é muito frequente e apesar do intestino grosso absorver água, a quantidade não é tão significante se comparada com o intestino delgado. Isso ocorre porque a via principal para absorção da água é a via paracelular. A via paracelular é a passagem do soluto (íons) ou solvente (água) a partir dos espaços intercelulares ou junções celulares. Essas junções são mais permeáveis no duodeno, principalmente, e no jejuno. No íleo e cólon são quase totalmente impermeáveis. Dessa forma, a porção final do intestino delgado e o intestino grosso não conseguem absorver tanta água.
Para melhor visualização: em uma dieta contendo 2000 mililitros de água por dia somado a 7000 ml/dia contando com saliva, secreções gástricas, bile, secreções pancreáticas e intestinais, o intestino delgado absorve 8500 ml/dia ao passo que o intestino grosso, apenas 400 ml/dia. Os 100 ml/dia restantes são eliminados com as fezes.


Apresentação do Blog

 Este blog foi criado inicialmente com o intuito de auxiliar acadêmicos do segundo período de enfermagem e obstetrícia da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) na aquisição de conhecimentos a respeito da fisiologia do sistema gastrointestinal com a proposta de reforçar o conteúdo dado em aula. Esta página contará com posts de curiosidades, fórum para dúvidas, questionários resolvidos e desmistificação de conhecimentos adquiridos no Ensino Médio.